Cega demais para enxergar o quanto ela o fazia feliz.
Sophia
Zahir me empurrou para dentro de um quarto, fechando a porta atrás de si com força. A madeira vibrou.
O olhar dele caiu sobre mim — negro, furioso, selvagem.
— O que Bashir queria com você? — perguntou, a voz rouca, baixa, perigosa.
Eu teria tremido se não estivesse tão cansada de ter medo.
Aquela casa já havia me arrancado lágrimas demais.
Agora, restava só o orgulho e a exaustão.
— Quando saí daqui, fiquei na casa de uma amiga dele — disse, firme. — Ele não esperava que eu desaparecesse. Quis tirar satisfação.
Zahir desviou o olhar e murmurou algo em árabe.
Num impulso, desferiu um soco contra a cômoda de marfim. O som ecoou como um trovão.
— Maldito! — rosnou, segurando a mão.
Fui até ele, o coração disparado.
— Zahir… ele é seu irmão. Deixe isso para lá — murmurei, estendendo a mão, mas ele se afastou, como se meu toque o queimasse.
— Por que o defende? — perguntou entre dentes.
Suspirei.
— Porque já vivi o suficiente para entender que o ódio destrói tudo. Você me olha como