A ordem, dita em tom baixo e firme, não admitia réplica. Os homens obedeceram imediatamente. Passaram por Clarice como sombras, invadindo a casa. O som das botas pesadas ecoava no assoalho de madeira, seguido de portas se abrindo, gavetas sendo puxadas com força, cadeiras arrastadas.
Clarice permaneceu imóvel, tentando manter a calma, ainda que a voz lhe saísse trêmula:
— Ela não está mais aqui — disse, com firmeza disfarçada. — Partiu faz alguns dias.
Zahir se virou lentamente. O movimento foi controlado, calculado, mas os olhos negros que recaíram sobre ela eram de pura incredulidade. Parecia não aceitar aquela resposta. O ar ao redor dele vibrava, pesado, tenso.
Ele deu um passo à frente, aproximando-se do portão, o olhar fixo, e respondeu num tom gelado, cortante como aço:
— Vamos ver.
Clarice contou-me que, no instante em que ele disse isso, o sangue dela gelou nas veias. Disse que não havia grito, nem raiva — apenas uma frieza perigosa, o tipo de controle que amedronta mais do q