O silêncio era absoluto.
As luzes do corredor já haviam se apagado automaticamente, restando apenas a claridade fraca vinda da minha sala. Eu devia ter ido embora há horas, mas o relatório precisava estar pronto até a manhã seguinte, e a última coisa que eu queria era chegar atrasada e despreparada.
Bebi o resto do café frio que ainda restava na caneca, fazendo uma careta. Nem aquilo mais me ajudava.
Enquanto digitava as últimas linhas, senti um arrepio correr pela nuca quando alguém se aproximou.
E com alguém, eu Quero dizer Dante Alveron.
Dada a situação atual entre nós, eu não sabia exatamente o que esperar, ele estava ali parado em frente a minha estação, com as mãos nos bolsos e aquele olhar indecifrável de sempre.
— Preciso discutir alguns pontos com você — ele disse. — Podemos falar fora daqui?
Assenti antes mesmo de pensar, nem perguntei onde. Meu corpo respondeu antes da lógica conseguir entrar em cena.
Minutos depois, estávamos no elevador, lado a lado. Tão p