Eu já devia ter me acostumado com o efeito que ele tinha em mim. Mas como, se bastava um e-mail assinado por “D. Alveron” para meu estômago virar, minha pele reagir, e meu cérebro entrar em curto? Era só uma reunião. Era só trabalho. Mas quando vi o horário, 19h, fora do expediente, e o andar, 7C, onde só ficam as salas de reuniões mais privadas, alguma parte de mim soube: isso não era apenas profissional. Ainda assim, subi. A cada andar que o elevador marcava, meu coração batia mais alto. A iluminação era mais fraca naquele horário, o que fazia tudo parecer... clandestino. Quando a porta se abriu, só se ouvia o som dos meus saltos no piso brilhante e o zumbido distante do ar-condicionado. Parei em frente à sala 7C. Respirei fundo. Bati. — Entre — a voz dele veio firme, calma. Empurrei a porta com as mãos ligeiramente suadas. E lá estava ele. De pé, encostado à beira da mesa, braços cruzados. A luz dourada do abajur projetava sombras elegantes no rosto dele, acentuando a li
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