Acordei com a cabeça pesada e o corpo ainda carregado do que aconteceu, ou melhor, do que não aconteceu, no jantar com Dante.
A maneira como ele olhou nos meus olhos. Como a mão dele ficou próxima demais da minha por tempo demais. Como parecia que, a qualquer segundo, ia atravessar aquela muralha emocional que ele próprio ergueu entre nós. Mas não atravessou.
Não ainda.
Mesmo assim, algo ficou diferente desde aquela noite. Sutil, mas definitivo. E na manhã seguinte, assim que entrei no escritório, percebi.
Ele não me evitou.
Pelo contrário.
— Bom dia, Amélia — disse, ao cruzar comigo no corredor.
Sua voz era baixa, firme. Quase íntima. Mas sem excessos. Sem exposição. Sem toques.
Só... presença.
E foi o suficiente para me desestabilizar o resto do dia.
Clara percebeu na hora.
— Ok, que diabos tá rolando? — sussurrou pra mim no meio da sala de reunião.
— O que você quer dizer?
— Não se faz de sonsa. Eu juro por Deus, até Simon percebeu que tem algo entre você e o Sr. Alveron. Vocês est