Ao sair, vestiu-se devagar. O vestido preto justo, os saltos, o batom vermelho — como uma despedida sem palavras. Antes de sair, olhou mais uma vez para ele. E mesmo com o coração pesando, não disse nada. Apenas fechou a porta atrás de si.
Fria. Calculada. Exatamente como precisava ser.
O sol entrava devagar pelas frestas da enorme janela da suíte. O quarto dos fundos da mansão Thorne, onde nem mesmo o tempo ousava entrar sem pedir licença, estava silencioso.
Eros despertou com um suspiro preso no peito, os lençóis amassados ainda quentes do corpo dela. O perfume inconfundível de Harper — âmbar, jasmim e algo mais doce que ele nunca conseguiu identificar — estava impregnado no travesseiro ao lado.
Virou-se com um meio sorriso preguiçoso, esperando encontrá-la aninhada como sempre fazia depois. Mas o espaço estava vazio. A almofada ainda tinha a marca da cabeça dela, o que o fez sentar-se na cama, confuso.
Passou as mãos nos cabelos, olhou ao redor. O banheiro? Nada. O closet