O salão do tribunal estava cheio, abafado não pelo calor, mas pela tensão. Câmeras eram mantidas do lado de fora, mas isso não impedia o burburinho. O nome de Harper Harris estava nas bocas de todos, não como modelo, mas como vítima.
Na fileira da frente, Eros sentava-se ao lado de seus advogados, impecável no terno escuro, mas com o maxilar travado. Seus olhos não se desviavam um segundo da figura de Kington — o homem do outro lado da sala.
Kington tinha a postura ereta, quase arrogante, como se estivesse num jantar de gala, e não respondendo por abuso sexual. Os cabelos bem arrumados, os olhos frios como vidro, e um leve repuxar no canto da boca — algo entre desprezo e desafio. Ele cruzou o olhar com Eros, e por um breve segundo, o encarou com superioridade. Um olhar torto, cínico, como quem perguntava: “Você realmente acha que pode me vencer aqui?”
Mas Eros não desviou. Havia raiva ali, sim. Mas também controle. Ele não falaria — ainda. A voz dele viria no momento certo. Por