Evangeline Atkins é uma promissora violinista. Embora viva com sua mãe viciada, em um campo de trailers, isso não a faz ir pelo caminho errado. Então quando há um recital, onde há possibilidades de contatos importantes para tocar em outros países, ela recorre a única pessoa que tem na vida. Sua mãe. A mulher que usa praticamente todo o dinheiro em seus vícios, diz que não pode ajudá-la. Quando a garota está aceitando a ideia de que sua vida ficará estagnada a viver naquele trailer, sua mãe lhe faz uma proposta. Haveria uma festa na mansão em que trabalhava como empregada e precisavam de pessoas para ajudar. Ela levaria Evangeline para ganhar esse dinheiro extra, com uma condição. Ela não poderia em hipótese nenhuma, ir para o segundo andar da casa e entrar na sala da esquerda. Sendo a garota curiosa que sempre foi, Evangeline sobe e entra justamente na sala onde não deveria. Aquele singelo ato despertará o desejo do recém chegado e mafioso Alec Castello que irá usar todo seu dinheiro e artimanha, para tornar Evangeline sua e somente sua.
Ler mais— Dentro de uma semana, será o nosso tão esperado recital. — Jude Callen, o professor, diz. — Vocês estão cada dia mais preparados, então não vejo a hora desse dia chegar.
Os saltos de Marylin Durant, a secretária de Jude, ecoam pelo piso de madeira. Todos se viraram para encará-la, incluindo Jude.
— Desculpe atrapalhar, mas vim informar que sexta é o último dia para o pagamento do recital. Só faltam... — Marylin olha a prancheta em sua mão e a analisa de cima a baixo. — duas pessoas.
Ela encara Davine Baker e Evangeline Atkins. As duas bolsistas da turma.
— Caso não efetuem o pagamento, estarão fora!
Marylin tinha um sorriso soberbo, como se ficasse feliz com a pobreza alheia. Aquilo era culpa dos pais, que nunca deixaram ela fazer esforço na vida. O trabalho de secretária é apenas no papel, para marcar em cima de quem ganhou bolsa para as aulas. E ela adorava fazer aquilo, pois segundo Marylin, quem não se esforça, não merece recompensas.
— Tenho certeza de que, quem quer que falte pagar, irá conseguir. — Jude diz, tentando amenizar o clima que havia ficado. — Enfim, guardem os violinos e podem ir para casa.
Enquanto Evangeline guardava seu instrumento com cuidado na case surrada que ela tinha, Davine se aproxima lentamente dela.
— Evie, você vai conseguir o dinheiro?
— Acho que sim. E você?
— Não sei. — ela dá de ombros, e as duas começam a caminhar para fora do local. — Meus pais acham bobeira pagar, para tentar ganhar alguma coisa depois.
A inscrição custava duzentos dólares e o prêmio para o primeiro lugar, era de mil. O segundo e terceiro ganhavam apenas uma medalha pela participação.
— Eles meio que tem razão, mas devia fazer pelo reconhecimento. Fico pensando se aparece alguém afim de nos levar para fazer turnê pelo mundo.
— Você definitivamente tem a cabeça muito longe, Evangeline. Nos vemos amanhã.
Evie acena para a amiga de turma, logo que elas chegam à calçada. O pai super controlador que Davine tinha, já estava estacionado ali, a sua espera. A violinista ainda precisa caminhar um pouco mais, até chegar na estação de metrô.
Evangeline vive em um campo de trailers, no leste do Bronx. A escola onde ela havia conseguido a tão sonhada bolsa de violino, fica no Brooklyn. Ela leva quase duas horas todos os dias, para ir e vir da aula. Era cansativo, mas isso não importava a ela, pois era prazeroso estar fazendo algo que amava.
De manhã, a garota frequentava algumas aulas da faculdade comunitária do bairro. Ela gostava de dizer que era apenas para manter o seu intelecto em dia. Isso era o que ela dizia e achava que as pessoas acreditavam.
Durante a tarde, Evangeline trabalhava meio turno, como caixa em um mercadinho. Embora passasse a maior parte no celular, já que o movimento era rarefeito, era de onde ela tirava seu sustento.
E a noite se dedicava como nunca, ao violino.
Ao sair do metrô, Evie caminha calmamente até sua casa. Embora tivesse um grupo de gangue em cada esquina por onde ela passava, a garota conseguia quase se sentir segura com eles ali. Desde que aquele pessoal tomou conta das ruas, o número de assaltos eram quase zero.
Evangeline entra em casa, largando a case ao lado da porta.
— Mãe? — ela chama. — Está em casa?
Sem respostas, ela revira o pequeno ambiente atrás da sua genitora. Os dois quartos e banheiro estavam vazios. Ao conferir que sua mãe não estava por ali, ela chega à conclusão de que ela estava por aí, na casa de algum homem. Ou em algum beco.
Enquanto revira os armários, atrás de algo para comer, Evie retira os sapatos e os empurra para perto da porta. A única coisa que tinha por ali, era uma caixa de cereal e meio quilo de arroz. Ela pega a caixa de cereais e enfia a mão sem pudor algum e leva até a boca.
— Evie? Está em casa?
Batendo na porta, estava Felippa Moore. Ela era a melhor amiga de todos os tempos, que Evangeline tinha. Evie já morava no trailer, quando a família de Felippa chegou com um. Elas tinham sete e oito anos na época. Já se passavam mais de treze anos de amizade, sem uma briga sequer. Aquela era uma amizade inigualável.
— Entra aí! — Evie diz, se sentando em um banco à mesa.
— Cadê sua mãe?
A garota dá de ombros, ainda comendo o cereal.
— Não tem nada pronto? — ela checa o pequeno fogão e as panelas vazias em cima dele. — Quer ir comer lá no nosso trailer?
— Não. Estou de boa. Daqui a pouco vou tomar um banho e dormir. Estou cansada.
— Teve aula hoje?
— De manhã na faculdade e agora a noite no Brooklyn.
Felippa tinha muito orgulho da sua melhor amiga. Apesar de ser um ano mais nova que Evie, ela sempre foi a sua fortaleza. Era até ela que Evie ia, quando precisava chorar por causa de alguma briga com sua genitora.
— Aliás... preciso separar o dinheiro para levar amanhã. Ou não participo do recital.
Evangeline se levanta e vai para o seu quarto. Felippa a segue e se senta na cama pequena e bagunçada que havia ali.
— Sabe quantos convites vai receber?
— Não. — Evie responde, tirando uma caixa de dentro de uma gaveta. — Mesmo que seja apenas um, é seu.
Felippa começa a tagarelar sobre a roupa que usaria, para ir ver sua melhor amiga tocar. Evie abre a caixa que tinha um pequeno cadeado e sente seu coração falhar.
Naquela caixa, Evangeline guardava toda e qualquer economia que tinha. Cada vez que recebia seu pagamento semanal, ela colocava dentro daquela caixa, para esconder de sua mãe mão leve. Mas pelo visto, ter colocado o cadeado não foi o suficiente.
— Evie? — Felippa chama. — O que foi?
— Eu vou matar a Leah!
Em um surto, Evie grita e faz com que a pequena caixa de madeira, atinja a parede do trailer. As poucas moedas que ainda havia ali, se espalham pelo chão do quarto. Felippa pula da cama e se apressa em abraçar a amiga, que desabou. Ela chorava e gritava ao mesmo tempo.
Todo o valor que estava na caixa, era destinado ao pagamento do recital e a roupa que ela iria usar no dia. Evangeline tinha certeza de que alguma espécie de olheiro, estaria por lá e iria se apaixonar pela sua técnica. Então a convidaria para fazer uma turnê pelo mundo, do jeito que ela deseja.
"Hoje fazem cinco anos desde o grande incêndio que destruiu a antiga fábrica da família Baker, em Nova Iorque. Além de alguns corpos que ficaram irreconhecíveis devido ao fogo, foram encontrados os corpos de Paul e Jonah Baker. Na época do acontecido, a única herdeira da família, Davine Baker, que estava internada em uma clínica psiquiatra, foi libertada e colocou a boca no mundo, dizendo que seu pai foi o mandante pela morte do antigo magnata da cidade, Blake Castello. Desde o ocorrido, nossa imprensa tem procurado pela família Castello, mas nenhum deles foram mais vistos. Com exceção de Dominique, ex Castello e também ex Harris, que viaja pelo mundo e faz cliques a cada país. Todos os outros integrantes da família sumiram, como se não existissem mais. Onde será que eles...” A televisão é desligada repentinamente e a garota olha para trás furiosa. — Ei! Eu estava vendo. — É hora da escola, Allegra. Você não deveria estar vendo informações sobre Nova Iorque. A menina revira os olh
“Eu não estou disponível no momento, deixe seu recado e em breve lhe retorno.” Aquela mensagem eletrônica que soava cada vez que Alec ligava para o telefone de Evangeline, estava o deixando extremamente irritado. Ele tinha tentado contatá-la várias vezes ao longo do dia, mas ela não havia respondido às suas mensagens ou chamadas telefônicas. No final do dia, Alec decidiu ir pessoalmente procurá-la. Ele começou visitando os lugares que sabia que ela frequentava, mas ninguém parecia ter visto ela ou Allegra. Nem mesmo no food truck de tacos que ela adorava ir. Alec começou a ficar cada vez mais preocupado e decidiu ir até a casa de Evangeline. Ele bateu na porta várias vezes, mas não obteve resposta. Começou então a tocar o interfone várias vezes, mas ainda assim, ninguém atendeu. — Merda! — ele grunhe, batendo o pé no assoalho da varanda. — Alec? Tudo bem? — Felippa! — Alec caminha apressadamente até ela e a segura pelos ombros, o que a deixa alarmada, pelo estado de agonia del
Evangeline acordou naquele sábado, com uma sensação estranha em seu peito. Ela tinha combinado com Allegra, que aquele dia seria somente delas duas, onde poderiam fazer o que quisesse. A pequena escolheu ir a um parque, onde elas passaram o dia em completa harmonia. Elas passearam pela grama, deram comida para os patos que tinham no lago, fizeram um piquenique e ficaram deitadas no pano, encarando a forma das nuvens. Quando a tarde foi caindo, Allegra quis tomar um sorvete antes de irem. Logo que pede dois sorvetes, Evangeline se dá conta que só tem uma única nota de cinquenta dólares na bolsa. — Eu vou ali na esquina trocar e já volto. Mãe e filha se sentam no banco que havia ao lado da carrocinha, se deliciando do sorvete de morango. De repente uma grande van preta para diante delas e abre a porta, mostrando dois homens encapuzados e armados. Eles saltam da van rapidamente, assustando as duas. Evangeline rapidamente ergue os braços, se tremendo por inteiro. — Pode levar tudo.
— O que foi de tão urgente, que você me encheu de ligações? — Alec questiona a Howard, quando o motorista entra em seu escritório na mansão. — Aliás, eu tomei coragem e pedi a mão da Evangeline em casamento. — Sério, chefe? Entregou a aliança que esteve guardada por dez anos? — É... — ele sorri apaixonadamente, como se não fosse um mafioso violento. — mas não conte a ela sobre isso. Não quero parecer um homem mole. Howard ri, quase se esquecendo do motivo que o levou até ali. — Jamais faria isso. Enfim... — Pode falar. Não enrola. — Primeiro, como você me pediu, eu descobri o paradeiro da Leah. A mãe da Evangeline. — E então? — Ela realmente está morta. — Alec suspira profundamente. — Já tem alguns anos que aconteceu. Parece que ela estava se prostituindo, para conseguir dinheiro para drogas. Em um desses dias, ela teve uma overdose em um quarto de motel barato e uma camareira a achou. Pelo menos ela andava com documentos e conseguiu ter um enterro digno. — É... menos mal.
Os dois apaixonados passaram todo o jantar se encarando como dois bobos. Eles deram um jeito de comer com apenas uma mão, pois não conseguiam desgrudar a outra. Quando saíram do restaurante, Alec decide passar em uma sorveteria e levar o doce favorito de Allegra. No meio do caminho, ele recebe uma mensagem de Howard, informando que precisava conversar com ele urgentemente. — Se incomoda se nos vermos amanhã? — Alec pergunta, largando o celular. — Acho que tem algum problema nos negócios. Muitas chamadas perdidas de Howard e uma mensagem querendo conversar com urgência. — Tudo bem. Acho que contar as novidades para Allegra sozinha, será melhor para a cabeça dela. Ainda mais com sorvete de chocolate. Alec para diante do condomínio de Evangeline e eles se despedem ali. Após um beijo cheio de juras de amor, Evie abandona o carro e caminha na direção da casa de sua melhor amiga. — Oi, Felps. — ela cumprimenta a mulher, que estava sentada em sua varanda. Ao olhar para sua casa, ela
Quando a conversa com Jude terminou e eles decidiram tudo sobre o novo trabalho de Evangeline, a ruiva deixou o prédio da escola, sentindo-se nostálgica. Ela tinha a cabeça nas nuvens, pensando em tudo o que estava acontecendo em sua vida, que sequer notou no carro e no homem parado diante dela. Alec precisou dar um assovio, para que ela parasse e notasse a sua presença. — Amor! — Evie gira no pequeno salto que usava e se apressa para abraçá-lo. — Que saudade. — Um mês para se mudar, foi exagero. Não acha? — Não. — ela murmura, raspando seus lábios nos dele. — Isso fez com que a minha saudade de você, me faça subir pelas paredes. — Não fala desse jeito... ainda mais encostada assim em mim. A reação que Evangeline causava no corpo de Alec, era instantânea. Ao sentir o volume no meio das pernas de seu amado, ela riu e se afastou um pouco. — Desculpe! — Ah, que isso. — ele segura em sua mão e a puxa para seus braços novamente. — Mais tarde nós resolvemos isso, pois por ho
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