Elara travou por um instante. Desde aquele dia, Ahmet se tornava cada vez mais abrasivo e difícil. Ela engoliu a seco a pergunta de Demir e não o respondeu, continuando a picar os temperos.
— Ei. Não é culpa sua, garota. - Demir lhe tocou o braço, afagando-a. Aquele gesto parecia tão próximo e respeitoso.
— Foi sim. Eu provoquei a situação. - Ela respondeu, a voz trêmula. - Eu estava dançando para ele. Que inocente. - Ela se repreendia. - Me sinto tão envergonhada quando penso nisso hoje.
— Nada justifica. - Ele voltava a encher a taça dela.
— Demir, você acha que... - Ela dizia algo e se interrompeu. - Deixa para lá. Pergunta idiota.
— Não existe isso de pergunta idiota. No pior cenário, é retórica e dispensa resposta. - Ele disse, gentil.
— Eu quero que me abrace. - Ela disse, firmemente.
— Solte a faca e conversamos. - Ele gracejou. Ela acabou rindo, o ar pesado em torno da pequena turca dispersava, magicamente. Ela soltou a faca, com as mãos para o alto. - Está se rendendo?