Um estrondo ecoou pelas ruas de Balat. Rua após rua, todo o antigo bairro mergulhava em uma escuridão sombria, sob os estouro dos trovões daquela tempestade fria no inverno de Istambul.A noite, fria e úmida, escondia, sob a fina névoa, segredos sussurrados em pesadelos. A chuva se chocava, impiedosa, contra as paredes coloridas das casas, de janelas fechadas, encobertas por pesadas cortinas.O som de passos, apressados, podiam ser ouvidos, batendo contra as poças frias da água torrencial. Uma mulher corria, ofegante, desesperada, pelas ruas escuras e pesadamente silenciosas. O disparo de uma arma de fogo, ruidosamente, rasgava aquele véu negro, que absorvia toda a luz. A figura da mulher, surpresa, silente, sentia o choque que lhe alcançava a cabeça. Caia, lentamente, com o sangue em sua mão, sob a chuva. Uma sombra se apossava daquele corpo, reivindicando algo e desaparecendo sob o manto denso da noite tempestuosa, escondida no blackout que se abatia, escondendo aquele crime hedio
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