ARTHUR VASCONCELOS
A mansão estava silenciosa quando entrei, mas não era um silêncio de paz.
Passei a mão pelos cabelos, sentindo a textura da exaustão em cada músculo do meu corpo.
O dia tinha sido um inferno.
Lidar com Anabela era como tentar desarmar uma bomba nuclear com um garfo. Ela oscilava entre a doçura manipuladora e a ameaça a cada cinco minutos. A mãe dela, era uma histérica que precisava ser contida o tempo todo para não vazar a história para a imprensa antes da hora. E, para completar, o "Desconhecido" continuava em silêncio, o que era pior do que as mensagens. Isso me leva a pensar que ele sabe que estou com o celular da Camila.
Eu precisava de um banho e de um uísque.
Mas, acima de tudo, eu precisava dela.
Subi as escadas, ignorando meu próprio quarto de hóspedes. Eu disse a mim mesmo que só ia pegar uma camisa limpa no nosso closet. Que não ia incomodá-la. Que manteria a distância necessária para protegê-la da toxicidade que eu trazia da rua.
Mas a verdade é que eu es