ARTHUR VASCONCELOS
— Um cúmplice — repeti, a palavra saindo com gosto de fel. — Quem é ele, Anabela? Quem é a pessoa estúpida o suficiente para se aliar a você contra mim?
Ela apenas sorriu, recostando a cabeça no travesseiro hospitalar como se fosse um trono de plumas.
— Ah, Arthur... você acha mesmo que eu entregaria meu parceiro tão fácil? — Ela estalou a língua, num tom de reprovação zombeteira. — Isso não é algo que eu possa revelar para você agora. Afinal, uma garota precisa ter seus segredos. É sempre conveniente ter uma carta na manga para quando o inimigo tentar dar o xeque-mate.
— Eu vou descobrir — avisei, minha voz vibrando com uma promessa de violência. — E quando eu descobrir, não haverá clínica psiquiátrica no mundo que salve você e essa pessoa.
— Boa sorte com isso. — Ela deu de ombros, indiferente à minha ameaça. — Mas eu posso te garantir uma coisa: ele te odeia tanto quanto eu. Talvez até mais. Você colecionou muitos inimigos na sua subida ao topo, amor. Pisou em mu