ARTHUR VASCONCELOS
Saí do quarto e fechei a porta suavemente. Desci as escadas. O hall já estava limpo. Nem um caco de vidro, nem um vestígio de poeira.
Bruno estava esperando na biblioteca, junto com Marcos e dois outros homens da minha equipe de elite. A rosa negra, agora sem a redoma, estava sobre a minha mesa, em cima de um pano branco, como uma evidência de crime.
Entrei na sala e a atmosfera ficou pesada.
— Relatório — ordenei, caminhando até o bar e servindo-me de uma dose generosa de uísque, sem gelo.
— O entregador era terceirizado de um aplicativo — Bruno começou, consultando o tablet. — Pegamos ele na saída do condomínio. Ele está... colaborando, no galpão.
— E?
— Ele não sabe de nada útil. Pegou o pacote em um locker automático em um posto de gasolina na Marginal. A ordem veio via app, pagamento em criptomoeda, conta fantasma. O remetente é digital, Arthur. Não tem rastro físico até agora.
Virei o uísque de um gole só, o líquido queimando minha garganta, alimentando o fogo