CAMILA NOGUEIRA
Larguei o celular.
"Vá até a entrada". Era uma armadilha?
Levantei-me, com a curiosidade vencendo o medo novamente e desci as escadas.
No hall de entrada, havia uma movimentação estranha.
Bruno estava lá, segurando uma prancheta eletrônica, de frente para um entregador de uniforme genérico que segurava uma caixa preta, elegante, amarrada com uma fita de cetim cinza.
— O protocolo exige que a gente abra antes, senhor — Bruno disse ao entregador.
— A instrução de entrega foi clara: "Para as mãos da Sra. Vasconcelos. Conteúdo frágil e pessoal" — o entregador respondeu, entediado.
— O que está acontecendo? — perguntei, descendo os últimos degraus.
Bruno se virou.
— Dona Camila. Chegou uma entrega para a senhora. Mas não tem remetente identificado. O protocolo de segurança exige verificação de explosivos ou contaminantes.
Olhei para a caixa. Era linda. Parecia conter uma joia ou um perfume caro. Mas eu sabia muito bem quem havia mandado esse "presente".
— Verifique, Bruno —