ARTHUR VASCONCELOS
— O que você gostaria de fazer agora, esposa? Deveríamos subir?
Seus olhos finalmente encontraram os meus, e eu vi o lampejo de pânico que ela tentou esconder. A respiração dela ficou presa por um segundo. Ela não disse nada, apenas desviou o olhar para as próprias mãos, entrelaçadas em seu colo.
— Pode ser — ela respondeu, em voz baixa.
Não era um "sim" entusiasmado. Mas era o suficiente.
Levantei-me, contornei a mesa, parei ao lado de sua cadeira e estendi minha mão.
Ela olhou para a minha mão estendida por um longo momento. Lentamente, ela colocou a mão dela na minha. A pele dela era macia e, como eu esperava, estava gelada. Seus dedos também tremiam.
Entrelacei nossos dedos e a puxei gentilmente, para que ficasse de pé. Sem soltá-la, comecei a guiá-la para fora da sala de jantar, pelo hall de entrada e em direção à escada da ala oeste. Minha mão deslizou de seus dedos para a base de suas costas. Eu a senti enrijecer com o toque, mas ela não se afa