A noite descia lentamente sobre a casa que Eduardo e Helena compartilhavam agora. A chuva lá fora diminuíra, deixando um ar fresco e úmido que entrava pelas janelas semiabertas. No silêncio confortável do lar, eles se encontravam na sala, sentados próximos no sofá, mas ainda com aquele leve espaço entre eles — um território a ser conquistado, pouco a pouco.
Eduardo segurava uma taça de vinho, observando Helena que, por sua vez, tinha o olhar perdido na chama trêmula da lareira. A atmosfera estava carregada de algo que não precisava ser dito, mas que ambos sentiam pulsar no ar: a vontade de estar mais próximos, de derrubar as barreiras que o medo e o passado ainda mantinham entre eles.
Helena respirou fundo e virou-se lentamente para encará-lo. Seus olhos castanhos brilhavam na penumbra, revelando a vulnerabilidade e a força que coexistiam nela. Eduardo sorriu, um sorriso suave e cheio de ternura, e aproximou-se um pouco mais.
— Eu estava pensando... — ele começou, a voz baixa e f