A casa de Helena estava envolta em uma calma quase desconcertante. Após semanas turbulentas, ela finalmente sentia o peso da tempestade diminuir — ainda que as marcas permanecessem. Eduardo sabia que a guerra com Marina não acabara com a prisão dela, muito menos com as dores que Helena carregava. Por isso, preparou uma surpresa. Um refúgio longe de tudo, onde pudessem respirar, se reconectar e, talvez, reencontrar uma esperança mais leve.
Na manhã daquela sexta-feira, enquanto a luz tênue do sol invadia os cantos do quarto, Eduardo apareceu na porta com uma pequena mala e um sorriso tranquilo, daqueles que trazem promessas silenciosas.
— Helena — chamou, ao vê-la sentada no sofá, olhando pela janela. — Está pronta para um tempo? Para deixar tudo para trás, mesmo que só por alguns dias?
Ela virou-se devagar, surpresa, e logo seu rosto se iluminou com um sorriso cansado, mas genuíno.
— Para onde? — perguntou, já sentindo o calor do afeto que vinha junto com a proposta.
— Um lugar especi