Eduardo observava Helena deitada na cama, seu olhar perdido no teto, como se buscasse alguma resposta entre as rachaduras invisíveis. Ele conhecia aquele olhar. Um olhar exausto, esmagado por um peso invisível que ela não conseguia mais suportar.
O peito dele apertou ao vê-la tão vulnerável. Queria arrancá-la daquele estado, protegê-la do mundo lá fora, mas não havia palavras que pudessem consertar aquilo. Precisava agir.
Com passos cuidadosos, ele se aproximou, ajoelhando-se ao lado da cama.
"Helena, eu vou sair por um momento para pegar comida. Você precisa se alimentar."
Ela não respondeu. Apenas acenou levemente, sem energia para qualquer outra reação.
Seu rosto estava pálido, e os olhos, embora abertos, pareciam vazios — como se observassem algo que ninguém mais via. Sua mente vagava por um labirinto nebuloso. Palavras, imagens e manchetes piscavam em sua cabeça como letreiros luminosos. “Falsa”, “interesseira”, “golpista”. Ela tentava afastá-las, mas era como tentar conter