Leandra Félix
A manhã seguinte ao aniversário dos gêmeos parecia carregada de uma energia especial. Ainda estava tomada por aquela sensação mágica que o dia anterior havia me proporcionado. As risadas deles no carrossel, as palminhas durante os fogos de artifício, os olhinhos brilhando diante de cada detalhe no Beto Carrero… tudo isso havia se transformado em um tesouro dentro de mim.
Acordei com a luz suave entrando pela cortina do quarto do hotel e com o som dos meninos balbuciando em sua língua única. Virei-me na cama e vi Gael ainda adormecido, o braço estendido como se buscasse me encontrar mesmo durante o sono. Ele parecia mais sereno do que eu me lembrava de tê-lo visto em muito tempo, como se a vida finalmente tivesse lhe dado uma trégua.
Suspirei baixinho e, cuidadosamente, deslizei para fora da cama. No berço portátil, Breno e Bernardo estavam deitados de barriga para cima, trocando olhares cúmplices e emitindo sons que só eles compreendiam. Quando me aproximei, os dois sor