A sexta-feira parecia ter chegado mais devagar do que de costume. Desde o começo da semana, Mariane não falava de outra coisa além da nossa saída com as amigas dela, e eu confesso que estava ansiosa. Não pelo evento em si, mas pela ideia de viver algo diferente, de sair um pouco da rotina de gêmeos, estágio, empresa e tudo o que vinha acontecendo.
Estava no quarto, em frente ao espelho, quando terminei de passar o batom, um tom suave, nada exagerado, mas que combinava com o vestido leve que havia escolhido. Não era nada glamoroso, apenas um vestido azul marinho, acinturado, que marcava minha silhueta de forma discreta, e uma sandália de salto médio. Simples, mas me fazia sentir bonita.
Enquanto ajeitava os fios soltos do cabelo, ouvi passos pelo corredor e o inconfundível som da porta sendo aberta. Olhei pelo espelho e lá estava ele: Gael, encostado na porta, os braços cruzados, e o olhar avaliador que parecia atravessar minha alma.
— Onde você vai assim, Leandra? — a voz dele soou ca