Gael Lubianco
Desde o momento em que os pés tocaram o piso daquela mansão, a sensação era de entrar em território hostil. A cada olhar enviesado, a cada sorriso falso, ficava evidente que não éramos convidados, mas alvos. Leandra ao lado mantinha a postura ereta, mas era perceptível o peso da situação sobre ela. Lutava contra um vendaval silencioso, firme, mas desgastada.
Quando Rafaelly abriu a boca para perguntar pelos “suviníes”, foi necessário respirar fundo para não reagir imediatamente. Conhecia bem o veneno escondido por trás daquele jeito doce. Juliana se encarregou de corrigir a palavra, mas nada era inocente. Queriam, desde o início, diminuir Leandra.
O jantar transcorreu tenso, cheio de comentários maldosos. Cada frase de Rafaelly ou Juliana provocava o desejo de interromper a encenação, mas não era o momento.
Quando Lúcio tentou se refugiar em assuntos neutros, aproveitei a oportunidade. Nunca confiara nele, e tampouco o faria agora, mas era hora de medir até onde iria sua