Ele riu baixo, balançando a cabeça.
— Vi sim… e achei que estavam poucos. Pedi para Mariane comprar alguns novos para você.
O rosto aqueceu em um instante.
— Não precisava.
— Precisava, sim. — respondeu com naturalidade.
O silêncio denso retornou. Aproximou-se da cama, ajeitou os travesseiros e acrescentou:
— Durma do lado esquerdo. Sempre preferi o direito.
Assenti, ainda sem jeito.
— Tudo bem.
Deitei de costas para ele, mas cada músculo do corpo parecia em alerta. A respiração firme e compassada preenchia o quarto. Apesar da cama enorme, a presença dele era impossível de ignorar.
Arrisquei virar um pouco o rosto e observei o perfil dele. Os olhos estavam fechados, mas um sorriso discreto curvava seus lábios, como se notasse meu desconforto e se divertisse com isso.
Fechei os olhos depressa, fingindo dormir. O coração, no entanto, denunciava cada pensamento escondido.
Não sabia em que momento exatamente tinha adormecido, mas quando abri os olhos ainda estava escuro, com apenas um fi