A manhã seguinte parecia envolta em uma preguiça quase acolhedora, como se o universo estivesse consciente da intensidade da noite anterior e tivesse decidido diminuir o ritmo só para que eu pudesse respirar. Acordei sentindo o peso confortável do braço de Gael envolvendo minha cintura e as pernas dele enroscadas nas minhas, num abraço que praticamente me selava à cama.
As meninas estavam agitadas dentro de mim, como se participassem da conversa silenciosa entre nossos corpos. Sorri sozinha, ainda com os olhos fechados, aproveitando os últimos minutos de tranquilidade porque eu sabia que, assim que os meninos acordassem, o caos organizado da rotina matinal começaria.
Tentei me mexer devagar, mas Gael apertou minha cintura, como quem puxa uma almofada favorita de volta ao peito.
— Nem pensa em levantar — ele murmurou, com a voz rouca típica do sono. — Ainda não.
— Gael… — sussurrei, rindo. — Os meninos vão acordar a qualquer segundo.
— Eles sabem se virar por cinco minutos.
— Não sabem