Leandra Félix
Sempre achei que noites especiais carregavam um tipo diferente de brilho, algo que não vinha das luzes de um restaurante ou do reflexo da lua no vidro do carro, mas da sensação silenciosa de estar vivendo exatamente onde se deveria estar. E naquela noite, enquanto caminhávamos pelo corredor elegante do restaurante, eu senti esse brilho tomando conta de mim.
Gael segurava minha mão com firmeza, como sempre fazia quando estávamos com os meninos. Bruno e Breno andavam à nossa frente, tropeçando nos próprios pezinhos, cada um segurando um dos nossos dedos livremente, rindo de qualquer coisa que vissem. Eram dois sóis ambulantes, sempre iluminando tudo ao redor.
— Mamãe, pizza! — Bruno anunciou, apontando para uma mesa onde alguém comia uma pizza enorme.
— Vocês e essa obsessão por pizza — ri, ajeitando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Eles puxaram o pai — Gael respondeu, dando de ombros como quem dizia “não posso fazer nada”.
— Puxaram não — rebati, sorrindo. — Voc