Rafaelly Pacheco
Respirei fundo antes de dar o último toque na maquiagem. Não que eu precisasse, eu sempre fui linda, sempre fui vista, mas hoje queria estar perfeita. Queria distrair minha cabeça, sair, rir, fingir que minha vida não estava virando um caos completo graças a uma única pessoa: Leandra.
A simples lembrança do nome dela já fez meu maxilar travar.
Leandra.
A santa.
A queridinha.
A bastarda sortuda que nasceu no berço que deveria ter sido exclusivamente meu.
Afastei o pensamento, me olhei no espelho e sorri. Estava deslumbrante. Vestido justo, vermelho, salto alto, cabelo impecável. E eu merecia me sentir bem. Pelo menos por uma noite.
Minha amiga, Carol, me mandou mensagem avisando que já estava no estacionamento do prédio. Peguei minha bolsa, respirei fundo e desci.
Assim que entrei no carro dela, Carol sorriu para mim.
— Uau! Você tá maravilhosa hoje.
— Sempre estou — respondi, mexendo no cabelo com desdém. — Mas obrigada. Estava precisando sair.
— Por isso escolhi o re