Passei a noite em claro. O travesseiro estava encharcado, mas não pelo calor, e sim pelas lágrimas que teimavam em escapar. O quarto estava em silêncio e isso deixava meus pensamentos voarem livremente. Depois da discussão de ontem, mal consegui permanecer no mesmo ambiente que James e precisei vir para um hotel. Cada palavra ainda latejava em mim como uma ferida aberta, principalmente a parte em que ele admitiu ter traído novamente… e com Paulina.
Paulina. A mulher que ficou com o meu filho.
Meu Deus, quanta podridão pode existir em uma única história?
Me sentei na beira da cama, abraçando meus joelhos, e a primeira imagem que me veio foi a do meu menino. Gael. Ele sempre tão calado, tão introspectivo, carregando o mundo nas costas sem nunca reclamar. Agora tudo fazia sentido, o olhar distante, as respostas curtas, James colocou o próprio filho no inferno e o obrigou a ficar em silêncio.
Engoli o choro, respirei fundo e encarei o espelho à frente. Me vi ali uma mulher de aparência fo