A visita de Tae-ho me pegou de surpresa naquele dia.

Ela apareceu na porta do meu apartamento como um fantasma, como um veneno com rosto bonito. Eu demorei alguns segundos para processar que era ela de verdade. E o mais surpreendente foi o sorriso nos lábios, como se tudo estivesse perfeitamente sob controle.

— O que você quer aqui, sua louca? — minha voz saiu mais rouca do que eu gostaria. — Não quero ver você. Você mandou matar a Mi-rae na prisão, não foi? Estava com medo que ela resolvesse abrir a boca?

Ela entrou, como se fosse dona do lugar. Eu quis impedi-la, mas alguma coisa em mim congelou por um segundo.

— Se ela abrisse a boca, o meu plano não seria completado — disse ela, ajeitando o cabelo como se estivéssemos apenas conversando sobre um problema trivial. — Eun-woo, só depende de você a liberdade da sua esposa.

— Vai embora.

— Se eu for embora, a sua mulher vai apodrecer na cadeia — ela respondeu, sem um pingo de emoção. — Ainda há uma chance de ela sair, de ser livre e in