O silêncio no jardim era cortado apenas pelo som leve do vento passando entre as folhas das árvores antigas. Sentado em sua cadeira de madeira, diante do lago artificial cuidadosamente esculpido, o pai de Eun-woo observava os peixes nadando lentamente, como se o tempo se movesse de forma diferente naquele lugar.
Ele tossiu levemente, o som seco e abafado que parecia vir de dentro da alma. Ultimamente, as tosses eram mais frequentes, mais profundas. Os médicos não diziam muito — ou talvez ele já nem ouvisse com atenção. Ele sabia. Seu tempo estava se esgotando.
Passou a mão pelos cabelos grisalhos, olhando para o céu nublado com um olhar distante. Havia algo que o inquietava mais do que a própria morte: a solidão em que deixaria o filho. Não era uma solidão de estar sozinho... Mas uma solidão de não ter raízes, de não ter um lar real.
— Ele tem tudo... menos aquilo que importa — murmurou para si mesmo, com a voz rouca.
Lembrou-se de quando Eun-woo era criança. Tão sério, tão precoce. S