68- Janete

Janete narrando

Acordei ainda com o corpo dolorido, mas era aquela dor boa, sabe? De quem foi amada com vontade, com verdade. Abri os olhos devagar e dei de cara com ele, deitado ao meu lado, respirando fundo, com o braço jogado por cima de mim. Pantera… meu caos e minha paz ao mesmo tempo.

Fiquei ali, quietinha, só observando. O peito dele subindo e descendo, as tatuagens que eu tinha percorrido com a boca na noite anterior… tudo nele me atraía, me fazia esquecer dos problemas, do mundo lá fora, de tudo.

Passei a ponta dos dedos no peito dele e vi ele abrir um olho, com aquele sorrisinho de canto que me desmontava toda vez.

— Dormiu bem? — ele perguntou, com a voz rouca, ainda carregada da noite que a gente teve.

— Dormi… como se o mundo tivesse parado só pra mim — respondi sincera, porque era assim que eu me sentia quando tava com ele. Intensa, viva, protegida.

Ele me puxou mais pra perto, colando nossos corpos. E naquele momento, deitada ali, nos braços dele, eu percebi que tava m
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