A escuridão parecia viva.
Lilith caminhava sozinha por uma paisagem onírica e distorcida. O chão sob seus pés se despedaçava a cada passo. O céu acima não existia — era um vazio pulsante, como um coração podre.
Dentro dela, o fragmento do Devorador crescia. Cada batida de seu coração trazia uma voz.
“Aceite... Pare de resistir...”
Ela cambaleou, levando as mãos à cabeça. Gritou.
— Não... isso não sou eu!
Mas a dor era real. As veias de seus braços se tingiram de negro, e os olhos, outrora dourados, começaram a brilhar em um tom púrpura profundo.
De repente, um toque suave em seu ombro.
— Lilith?
A voz de Nyra era quase um sussurro, mas bastou para que a sombra recuasse, por um segundo apenas.
— Estou aqui — ela disse, abraçando Lilith por trás. — Volte pra mim. Volte pra nós.
Lilith queria ceder, queria se perder naquele calor. Mas algo em seu peito queimava. A esfera do Devorador pulsava sob sua pele como se quisesse nascer.
— Não posso mais, Nyra... Ele está me consumin