Elize foi despertada não pelo som do despertador, mas pela vibração do celular. Uma notificação acendeu a tela: “Depósito realizado com sucesso”. Ela, ainda deitada, clicou no aplicativo do banco, sem grandes expectativas. Mas ao ver o saldo... congelou.
O número ali era maior do que qualquer coisa que já tinha recebido no café — mesmo somando as gorjetas generosas dos turistas estrangeiros. Piscou, deu uma risadinha sem acreditar e, com os olhos arregalados, soltou um:
— Mentira que pagaram tudo isso mesmo...
Quando fez a entrevista com Henrique, estava tão nervosa — e tão encantada com a chance — que nem se lembrou de perguntar sobre salário ou carga horária. A empolgação de estar entre os melhores a cegou.
Agora, ali, deitada na sua cama simples, com a luz do sol entrando pela janela, parecia que o mundo tinha aberto uma fresta só pra ela.
Mas aquele não era só o dia de pagamento… era também dia de Augusto no escritório.
Elize levantou como um foguete, foi direto se arrumar.