Na manhã de quarta-feira, ainda com o coração acelerado por ver o primeiro salário na conta, Elize ligou para Camila antes mesmo de escovar os dentes.
— Avisa o mundo que agora eu sou rica! — gritou, rindo, enquanto a irmã atendia com voz sonolenta.
— Já comprou a casa com vista pro mar e um carro conversível? — Camila respondeu no mesmo tom debochado.
— Ainda não. Mas vou ali comprar um chaveiro, porque é o que cabe no orçamento e na realidade — respondeu Elize, já imaginando o que queria.
Desligou rindo e partiu para o centro, onde encontrou exatamente o que procurava: um pequeno chaveiro de metal com uma balança da justiça delicadamente esculpida. Simples, mas simbólico.
— Agora sim, oficialmente estagiária de verdade.
Chegou no escritório um pouco depois do horário habitual e foi direto para sua mesa. Não deu três minutos e Arthur apareceu do nada, se apoiando no balcão da recepção.
— Nova aquisição? — apontou com o queixo para o chaveiro pendurado na bolsa dela. — Ou devo