A mansão dos Villamar parecia mais silenciosa do que de costume quando Henrique entrou. O cheiro familiar da madeira encerada e dos pratos quentes vindos da cozinha flutuava no ar, mas não trazia o conforto que se esperaria de um lar.
Ágatha Villamar apareceu no hall assim que ouviu o som da porta. Como sempre, com um sorriso gentil e os braços estendidos.
— Meu filho… — ela murmurou, puxando Henrique para um abraço rápido, mas apertado, como se pudesse protegê-lo do mundo.
Henrique retribuiu com um meio sorriso, alisando a manga do próprio blazer.
— Oi, mãe.
Ela parecia sempre igual. Cabelos presos com perfeição, maquiagem leve, e um ar de doçura cuidadosamente preservado com os anos.
Ágatha era o tipo de mulher que sabia exatamente quando calar e quando sorrir — mas ainda assim, os filhos sabiam: por trás do olhar afetuoso, existia um radar preciso que captava tudo.
— Seu pai está no escritório, mas já vai vir. E Arthur deve estar chegando.
Henrique assentiu, caminha