Capítulo 27 - Sem rota de fuga

A porta mal havia se fechado atrás dela, mas o ar na sala parecia diferente. Henrique inspirou fundo e soltou o ar devagar, como se precisasse recuperar o próprio ritmo. Passou a mão pelo queixo, depois pelos cabelos, ainda tentando entender o que, exatamente, tinha acontecido ali.

Não era como se não estivesse acostumado a entrevistar jovens estudantes — muitos se atropelavam nas palavras, outros tentavam impressionar com discursos prontos, e alguns, raros, se destacavam por autenticidade.

Mas Elize… ela o desmontou com meia dúzia de frases descontraídas, com a firmeza nos olhos, com a coragem de rir com ele — ou dele.

E isso o atingiu com força.

Talvez tivesse sido o jeito como ela o tratou, não como o Villamar da fachada dourada. Ou seria culpa? Interesse? Admiração? O que quer que fosse, ele não queria nomear.

Estava ali, pulsando dentro dele.

O toque na porta interrompeu o turbilhão.

— Entra — disse, tentando parecer mais sóbrio do que se sentia.

Arthur entrou com
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