A porta mal havia se fechado atrás dela, mas o ar na sala parecia diferente. Henrique inspirou fundo e soltou o ar devagar, como se precisasse recuperar o próprio ritmo. Passou a mão pelo queixo, depois pelos cabelos, ainda tentando entender o que, exatamente, tinha acontecido ali.
Não era como se não estivesse acostumado a entrevistar jovens estudantes — muitos se atropelavam nas palavras, outros tentavam impressionar com discursos prontos, e alguns, raros, se destacavam por autenticidade.
Mas Elize… ela o desmontou com meia dúzia de frases descontraídas, com a firmeza nos olhos, com a coragem de rir com ele — ou dele.
E isso o atingiu com força.
Talvez tivesse sido o jeito como ela o tratou, não como o Villamar da fachada dourada. Ou seria culpa? Interesse? Admiração? O que quer que fosse, ele não queria nomear.
Estava ali, pulsando dentro dele.
O toque na porta interrompeu o turbilhão.
— Entra — disse, tentando parecer mais sóbrio do que se sentia.
Arthur entrou com