No dia seguinte, no escritório, o som dos passos apressados no mármore e o tilintar do elevador se misturavam ao clique insistente das canetas que Glória espalhava sobre o balcão.
Ao lado dela, Elize equilibrava uma prancheta e algumas pastas, revisando alguns detalhes do cronograma do casamento.
— Não me leve a mal, querida, mas eu ainda acho que você devia ter escolhido as tulipas — resmungou Glória, ajustando os óculos no rosto. — Rosas vermelhas são lindas, claro, mas simbolizam paixão. Casamento pede mais doçura, não acha?
Elize riu baixinho, tentando não se perder nas anotações.
— E quem disse que paixão não combina com casamento?
Glória ergueu uma sobrancelha, divertida.
— A julgar pelo brilho nos olhos de Henrique ultimamente, até combina demais.
O comentário fez Elize corar, e antes que pudesse formular uma resposta espirituosa, um vulto atravessou a recepção. O terno impecável e o olhar afiado dispensavam apresentações: Augusto.
Ele caminhava devagar, como quem não tinha pre