Assim que a porta do apartamento se fechou atrás deles, Elize caminhou até a janela e a abriu devagar, deixando a brisa salgada da Baía das Abelhas entrar.
O ar fresco trouxe de imediato o cheiro do cais, e, junto dele, lembranças que ela acreditava ter superado para sempre.
Henrique observava cada detalhe da casa com um olhar atento, como quem tenta decifrar uma história escrita em objetos e pequenos gestos.
Nas paredes, fotos emolduradas revelavam momentos simples, sorrisos espontâneos e memórias construídas com cuidado — imagens que pareciam dizer muito sobre Elize, sua família e as pequenas alegrias do dia a dia.
No canto da sala, um cesto discretamente cheio de brinquedos infantis chamava sua atenção.
Reconheceu alguns — pequenos carrinhos, um ursinho surrado, blocos coloridos — todos cuidadosamente guardados, quase como se tivessem sido esquecidos ali, mas ainda carregando a presença de Gael, o filho que ele agora sabia que fazia parte daquela vida.
A escrivaninha chamava