A quarta começou cedo, e Henrique estava mais calmo do que nos últimos dias.
A tensão com o pai havia sido descarregada no tribunal familiar que ele e Arthur improvisaram na terça, e, por mais que não fosse uma vitória completa, havia alívio em saber que Augusto pensaria duas vezes antes de abrir a boca contra Elize.
Ele chegou cedo ao escritório, revisou um parecer, respondeu e-mails e tentou manter o foco.
Mas a cabeça insistia em voltar para o hospital, para o olhar assustado de Gael, para a voz embargada de Elize e para o silêncio entre eles no carro.
Henrique estava finalizando a leitura de um parecer quando alguém bateu à porta, dois toques leves.
— Pode entrar — disse, sem tirar os olhos da tela.
Helena surgiu com um sorriso discreto no rosto e uma pasta sob o braço.
— Vim te poupar de mais uma reunião por e-mail — disse, entrando com passos firmes.
— Isso é um milagre — ele brincou, olhando por cima dos óculos. — Qual o assunto?
Ela sentou-se com a mesma natu