Augusto indicou a poltrona à frente de sua mesa com um gesto contido.
Helena se sentou com elegância, cruzando as pernas e apoiando as mãos no colo com naturalidade — como quem pertence àquele cenário há muito tempo.
Por um instante, ele apenas a observou — como quem avalia uma peça rara de arte que, finalmente, retorna ao seu lugar de origem.
— Não sabe o quanto é bom ver você de volta, Helena — disse com a voz grave e controlada. — Já estava mais do que na hora de ter alguém com a sua visão estratégica por perto.
Ela sorriu de canto, com um leve brilho nos olhos.
— Achei que o senhor fosse dizer “juízo”. Essa sempre foi a palavra favorita da minha mãe quando se tratava de mim.
Augusto sorriu também, com um toque de ironia.
— Juízo você sempre teve. O que você tem agora é precisão. E isso é raro. Pessoas que pensam antes de agir, que analisam antes de se expor… são um recurso valioso. Tanto para o mundo jurídico quanto para... outros planos.
Ela ergueu uma sobrancelha, fingin