Henrique indicou o caminho com a cabeça, sorrindo.
 — Vem comigo, vamos pra minha sala. A Glória avisa quando meu pai chegar.
 — Tô nas suas mãos — respondeu Helena, girando levemente os ombros, como quem se acomoda no próprio charme.
 Eles caminharam lado a lado até o fim do corredor.
 Glória, que havia levantado a cabeça ao ouvir vozes, acompanhou a aproximação dos dois com os olhos semicerrados.
 Quando Henrique abriu a porta e entrou com a visitante, ela fez uma leve curvatura de sobrancelha, mas não disse nada.
 O radar interno da recepcionista já tinha piscado. E alto.
 — Glória — disse Henrique, antes de fechar a porta —, me avisa quando meu pai chegar, por favor?
 — Pode deixar — respondeu ela, com um sorriso tão educado quanto curioso.
 Henrique fechou a porta, e Helena logo se acomodou no sofá da sala, cruzando as pernas com naturalidade.
 O tailleur que usava era elegante, mas moderno, e o perfume preenchia o espaço com uma presença discreta, mas marcante.
 Ela tinha aquel