Elize chegou em casa na sexta-feira à noite com a cabeça fervendo.
Quando o professor começou a esmiuçar os artigos da Lei nº 12.850, que trata das organizações criminosas, Elize endireitou a postura e prestou atenção em cada palavra.
Mas no final das contas, a aula sobre organizações criminosas não tinha ajudado em nada, e o nome de Vicentini parecia ecoar pelas paredes da sua mente.
Jogou a mochila no canto do quarto e enquanto preparava um chá, pegou o celular e mandou a mensagem:
“Hoje a aula foi sobre organizações criminosas. Adivinha quem passou a aula inteira pensando na própria vida?”
Ela mal teve tempo de bloquear a tela. O celular vibrou em suas mãos, e o nome dele apareceu.
Henrique Ligando...
Ela atendeu, surpresa.
— Alô?
— Eu precisava ouvir sua voz. — A voz dele soou grave, aconchegante. — A gente mal se falou hoje. Tava com saudade.
Elize sorriu, mesmo que ele não pudesse ver.
— Que rapidez, doutor.
— Tô com saudade da sua voz. A gente quase não s