Elize encarou a mensagem por alguns segundos, com um sorriso discreto se formando nos lábios.
Pegou o celular e digitou com a calma de quem sabia exatamente o efeito que causaria:
“Infelizmente, não. Estarei ocupada nos próximos 30 minutos organizando a sala de arquivos. Espero que o senhor entenda.”
A mensagem foi entregue. Visualizada.
Nenhuma resposta.
Mas ela sabia. Sabia que ele estava sorrindo do outro lado da porta.
E que, muito provavelmente, contaria os minutos com ela.
A sala de arquivos ficava no meio do corredor, um pouco afastada do movimento.
Elize levou a prancheta e algumas pastas como disfarce e começou a reorganizar as etiquetas de uma das estantes.
Ou pelo menos fingia, porque a cada trinta segundos olhava para a porta, na esperança — e no medo — de vê-la se abrir.
Sete minutos depois, a maçaneta girou.
Henrique entrou com a tranquilidade de quem sabia que estava prestes a bagunçar tudo.
— Vim ver se precisava de ajuda — disse, com as mão