Ágatha congelou por um segundo. Um segundo apenas. Mas foi o suficiente.
— A Elize não é um fantasma, mãe. E, se você viu algum nessa história, talvez seja hora de parar de fingir que o problema é ela.
Ágatha apertou os dedos no braço da poltrona novamente. O vinho branco agora parecia esquecido.
Henrique, antes de sair, se virou mais uma vez.
— Se esse Vicentini achou a Elize… então não é ela que está em perigo. É todo mundo que tem alguma coisa pra esconder.
E saiu, deixando a porta da biblioteca entreaberta — como quem deixa um aviso.
No dia seguinte, Elize levantou da cama como quem flutua, com a cabeça tão cheia de flashbacks que quase escovou os dentes com o creme de cabelo.
Ainda não conseguia acreditar que aquele momento finalmente tinha acontecido — e, mais que isso, que tinha sido tão bom. Intenso. Inesquecível.
Enquanto tomava café, espiou o celular umas dez vezes.
Nenhuma mensagem de Henrique.
Nenhum emoji enigmático, nenhuma indireta. E isso era est