Elize chegou cedo ao escritório, mas não adiantou nada. O humor estava cinza, igual ao céu lá fora.
Tentou se distrair com uma xícara de café, mas não sentia gosto de nada.
Sentou-se à mesa, abriu o notebook, e ficou encarando a tela sem digitar uma linha.
Glória percebeu de longe, mas respeitou o silêncio. Elize não era de chegar daquele jeito.
Henrique apareceu um pouco depois. Camisa social dobrada nos antebraços, café na mão, e olhos atentos.
O olhar dele bateu direto nela. Bastou. Algo estava errado.
Ele não foi até sua sala. Foi direto até a mesa dela.
— Elize... pode vir aqui um minuto?
Ela o seguiu sem protestar. Quando entrou na sala, ele apontou para a cadeira em frente à mesa.
— Senta, por favor.
Ela obedeceu. Mãos no colo. Cabeça baixa.
Henrique rodeou a mesa e se sentou também, de frente pra ela. Suspirou antes de falar.
— Eu fiquei pensando na festa. Se algo... se alguém te magoou. Meu pai, talvez. Ou os comentários... Se você se arrependeu de ter