A porta principal se abriu e os dois entraram juntos.
Henrique com passos firmes, guiando Elize pelo braço como quem exibia a mais rara das joias. E Elize…
Elize parecia flutuar. O vestido vinho dançava ao redor de suas pernas a cada passo, e o colar recém-colocado cintilava sob a luz dos lustres de cristal.
O salão — amplo, dourado, carregado de imponência — parecia congelar por um instante.
Os olhares vieram como flechas. De homens, de mulheres, de garçons tentando disfarçar a curiosidade.
Cada detalhe dela era absorvido com espanto. O vestido, o penteado ondulado, o sorriso contido, o jeito encantador de parecer deslocada e, ao mesmo tempo, absolutamente magnética.
Alguns sussurraram:
— Quem é ela?
Outros apenas ergueram as sobrancelhas, entre surpresos e escandalizados. Um ou outro tentou lembrar se já a tinha visto em algum processo.
Mas o olhar mais pesado de todos vinha da lateral do salão. De braços cruzados, ao lado de Arthur, Augusto Villamar apertava o ma