Capítulo 107 - Desconforto

A porta principal se abriu e os dois entraram juntos.

Henrique com passos firmes, guiando Elize pelo braço como quem exibia a mais rara das joias. E Elize…

Elize parecia flutuar. O vestido vinho dançava ao redor de suas pernas a cada passo, e o colar recém-colocado cintilava sob a luz dos lustres de cristal.

O salão — amplo, dourado, carregado de imponência — parecia congelar por um instante.

Os olhares vieram como flechas. De homens, de mulheres, de garçons tentando disfarçar a curiosidade.

Cada detalhe dela era absorvido com espanto. O vestido, o penteado ondulado, o sorriso contido, o jeito encantador de parecer deslocada e, ao mesmo tempo, absolutamente magnética.

Alguns sussurraram:

— Quem é ela?

Outros apenas ergueram as sobrancelhas, entre surpresos e escandalizados. Um ou outro tentou lembrar se já a tinha visto em algum processo.

Mas o olhar mais pesado de todos vinha da lateral do salão. De braços cruzados, ao lado de Arthur, Augusto Villamar apertava o ma
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