Do outro lado da cidade, Henrique acordou antes do despertador. O céu ainda estava azul-acinzentado e o silêncio da casa era quase absoluto, exceto pelo leve zumbido do ar condicionado no canto do quarto.
Levantou, calçou o tênis e saiu para correr. Precisava colocar a mente no lugar — ou ao menos tentar.
Mas foi inútil. O suor escorria pelo rosto, o coração batia acelerado, e mesmo depois de quilômetros, o nome dela continuava martelando: Elize. Elize. Elize.
Depois do treino, tomou um banho gelado, do tipo que quase tirava o ar. Vestiu uma camisa preta simples, jeans e pegou a chave do carro.
Tinha uma missão: ir até a loja e pagar o vestido. Nada mais justo — era o mínimo depois de sete anos de silêncio, e talvez o começo de um acerto de contas emocional que ele nem sabia como conduzir.
Na loja, foi recebido com simpatia. O vendedor reconheceu o nome do modelo na nota e comentou que poucas peças causavam tanto impacto assim.
Henrique pensou em mandar uma mensagem pra