O sol já estava alto quando Beatriz abriu os olhos. O quarto de Henrique era amplo, moderno e absurdamente organizado — exatamente como ela lembrava.
Piscou algumas vezes tentando recuperar a memória da noite anterior: risadas demais, vinho demais, e aquela conversa que começou com Elize e terminou entre os lençóis.
Henrique parecia distante, até mesmo nos beijos. Mas ela estava pouco se importando. Beatriz não era o tipo que se apegava ao que não queria ser dela.
Esticou o braço para o lado e encontrou a cama vazia. Nenhum bilhete, nenhum barulho de chuveiro. Suspirou e levantou, ainda com a cabeça latejando.
Colocou o vestido por cima da lingerie, pegou a bolsa e desceu até o subsolo, onde sabia que ele mantinha a academia particular. E lá estava Henrique, de costas para ela, socando o saco de pancadas como se ele fosse o próprio vilão da sua história.
— Pelo visto só eu que estou de ressaca — ela comentou, encostada na porta com os olhos semicerrados.
Henrique parou, virou-se