Henrique já estava com a mandíbula travada antes mesmo de subir os degraus do clube. A cada passo, sentia o peso invisível das expectativas do pai pressionando seus ombros. Augusto Villamar o aguardava logo na entrada, rodeado por figuras de terno e ego inflado.
— Filho — Augusto sorriu de forma protocolar —, venha, vou apresentá-lo a algumas pessoas importantes.
Henrique apenas assentiu.
O circuito começou. Primeiro foram os juízes aposentados que pareciam ainda ditar as regras da cidade. Depois, um grupo de promotores que mais pareciam atores ensaiando falas para um tribunal fictício. Henrique sorria, cumprimentava, elogiava os projetos de reforma judiciária como se realmente os conhecesse.
— Ali — o pai apontou discretamente —, seu tio Geraldo. Acabou de ser promovido a delegado-chefe.
Henrique caminhou até o tio, que o recebeu com um aperto de mão firme e uma risada de quem já tinha tomado três taças.
— E aí, moleque, quando é que você vai prender bandido comigo? — brincou G