O relógio marcava quase sete da noite quando Elize finalizou a última revisão do trabalho. Estava exausta, mas satisfeita.
Se alguém dissesse naquela quinta-feira que ela conseguiria entregar algo decente no dia seguinte, ela riria na cara. Mas ali estava: páginas revisadas, argumentos sólidos e um cansaço atravessado nos ombros.
Fechou o notebook, respirou fundo e se levantou.
— Missão cumprida, — disse com um sorriso discreto, olhando para Henrique, ainda sentado na poltrona.
— Sobreviveu? — ele perguntou com uma sobrancelha arqueada, fechando o livro que mal havia conseguido ler.
— Sobrevivi e venci, — respondeu, encaixando os materiais na mochila. — Se não fosse você, eu não teria conseguido entregar isso hoje. Obrigada, de verdade.
— Eu só garanti um pouco de paz pra sua mente funcionar, — respondeu ele, se levantando também. — O mérito é todo seu.
Elize sorriu, e por um segundo os dois se entreolharam em silêncio. Um daqueles silêncios confortáveis, mas carregados de tudo