O elevador apitou no térreo, e quando as portas se abriram, Elize deu de cara com Arthur encostado no canto, café na mão e a barba por fazer — o que, sinceramente, só deixava ele com mais cara de propaganda de perfume importado.
— Segunda-feira — ele disse com uma careta, enquanto ela se posicionava no elevador ao lado dele. — A pior invenção da humanidade.
Elize riu baixo, ajeitando a alça da bolsa no ombro.
— Nem é tão ruim assim. Tive um fim de semana produtivo.
Arthur levantou a sobrancelha com interesse.
— É mesmo? Que bom. Porque eu passei o meu completamente… sozinho.
Fez questão de deixar a palavra escorregar com certa dramatização, como quem j**a uma isca pra ver se pega alguma reação.
— Que pena — ela respondeu, sem cair na provocação. — Eu passei debruçada sobre artigos e mais artigos. Semana de provas, lembra? Mas pelo menos fiz isso em boa companhia.
Arthur virou levemente o rosto pra ela, fingindo uma cara confusa e curiosa.
— Até onde sei, Henrique ficou em casa