Elize entrou no prédio da faculdade com passos ligeiros, mas a cabeça estava a quilômetros dali.
Na verdade, provavelmente ainda estava presa dentro de uma sala de arquivos minúscula, com o perfume do Arthur pairando no ar e as palavras dele ecoando no ouvido como se estivessem gravadas.
“Por hoje… eu me dou por satisfeito.”
Ela balançou a cabeça tentando apagar a memória, mas foi puxada de volta pra realidade quando ouviu um assobio familiar.
— Olha quem chegou com cara de quem brigou com o ex, quase beijou o cunhado e ainda teve que fazer hora extra — Lúcia disse, cruzando os braços com um sorriso maroto.
— Ah não, Lúcia, não começa… — Elize tentou, mas era tarde demais.
— O que que aconteceu, criatura? Tu tá com uma cara de quem perdeu o prazo do processo! — Bianca completou, rindo alto enquanto entregava um café na mão da amiga.
Elize bufou, pegou o copo e deu um gole, como se a cafeína fosse dar forças pra contar.
— Prometem que não vão surtar?
— Agora é que eu vou surtar! — Lúc